Troilo - o bandonéon maior de Buenos Aires |
A COPA DO MUNDO de futebol acabou. A Alemanha enfrentou a Argentina na final. A taça foi para a Alemanha, mas a história conta que teve um alemão que preferiu a Argentina - o BANDONEÓN e passou a fazer parte da cultura local como o instrumento que é a "alma" do tango. Com uma sonoridade fascinante, é o principal instrumento de uma orquestra de tango e seu executante é denominado de "bandoneonista".
Mas foi Heinrich Band (1821-1860) que, além de ser professor de música era negociante de instrumentos musicais, deu origem ao nome do instrumento. Possuía uma empresa chamada BAND UNION e desta forma, a junção de Band com Union resultou no nome original do instrumento em Alemão: Bandonion!
O Bandoneón, foi criado para utilização na música religiosa e na música popular alemã, em contraste à concertina, que era considerada um instrumento folclórico. Os imigrantes levaram o bandoneón para a Argentina no início do século XX, onde ele passou a dar à música local, o tango, essa característica de staccato da sua marcação, bem como a sua tão típica doçura.
O instrumento enfrenta um momento delicado. Passa de pai para filho. Atualmente não existem fábricas de badoneones e sendo um instrumento de delicada e difícil afinação, seu custo é alto. Existem alguns que o fabricam artesanalmente e por encomenda. Se calcula que esse instrumento tenha uma vida útil de 200 anos.
UM LUGAR SÓ DE BANDONEONES - fica na esquina de Salta com Chile, no bairro de Monserrat - " La Casa del Bandoneón". Não é uma loja, nem uma fábrica, é a oficina do luthier Oscar Fischer. Ali, além de conhecer como funciona um bandoneón por dentro, ainda dá para visitar um pequeno “museu” com vários modelos antigos que foram recuperados (inclusive um Danielson).
Mas cuidado ao tentar comprar um bandoneón: o Oscar tem uma política muito restrita de não vender para estrangeiros. “Muitos bandoneones foram parar em estantes de europeus, americanos e japoneses e nunca serão tocados, só servem para enfeitar, enquanto isso muitos jovens músicos argentinos não conseguem comprar um por causa dessa valorização artificial.” E a coisa é séria. Um bandoneón reformado custa entre 2 mil e 5 mil dólares! Por outro lado, nem uruguaios, nem brasileiros são considerados “estrangeiros” aqui (ou seja, vale dar uma “chorada”).
O certo é que o tango não existe sem ele. Há quem venha a Buenos Aires pela comida, pela arquitetura, pelo ar europeu, pela literatura, pelas compras, pelo idioma, pelo baile de tango. E há os que viajam pela música também. Mas há quem venha a Buenos Aires por tudo que foi citado, inclusive os bandoneones, e acabe se apaixonando e ficando por aqui....
com a honra de posar com o antigo bandonéon do grande maestro Anibal Troilo |
Para quem quiser conferir, tem um filme chamado "O Último
Bandoneon". O filme conta a trajetória de uma Bandoneonista chamada Marina Gayoto, uma jovem que ganha a vida tocando nos bares de Buenos Aires.
Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelo chalegre.nida@gmail.com que encaminho dicas relativas ao seu interesse. Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), arte, gastronomia, vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.
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