sábado, 14 de fevereiro de 2015

COLÔNIA DO SACRAMENTO - opção bucólica há 1 hora de Buenos Aires

Nesse período de Carnaval há quem procure a folia, mas há também um grande número de pessoas que procuram a tranquilidade e para esses nada melhor do que passear na bucólica e histórica cidade de Colônia do Sacramento - Uruguai, cujo centro histórico é um dos Patrimônios Culturais da Humanidade, título concedido pela Unesco em 1995. 
Estando em Buenos Aires você só precisa de 1 hora para chegar à cidade atravessando o rio da Prata no Buquebus e pode até levar o seu carro junto.
Não precisa de mais de cinco minutos para se apaixonar por Colônia do Sacramento. 
Ela te surpreende pela sensação de paz e silêncio. A cidade, hoje com não mais que 25.000 moradores, é detentora de uma história não só intrigante como muito bem preservada. Depois de chegarem no Brasil os portugueses quiseram estender seus domínios até o rio da Prata e em 1680 lá chegaram e instalaram a "Colônia Santíssima do Sacramento".
O  local, extremamente estratégico, passou do domínio português ao domínio espanhol várias vezes até a Declaração de Independência em 1825. E desse passado, em que consta mais de um século de brigas entre os dois povos para sua ocupação, o que restou é encantador. Muitas construções antigas no estilo português. Tem até um museu de azulejos portugueses.
A cidade é o resultado não só da união da diversidade cultural de povos diferentes como da harmonia entre passado e presente.
Um passeio pelas ruas de pedras que compõem o centro histórico dá a sensação de voltar no tempo, com todos os detalhes compondo um cenário romântico e charmoso: pisos seculares, muitos plátanos, casas bem conservadas, lamparinas, azulejos antigos e muitas lendas. 
O contraste dos muros e das construções de pedras com as flores exuberantes em tonalidades de roxo, rosa e vermelho cria uma empatia imediata com a cidade, que atrai muitos turistas. A maioria vindo de Buenos Aires aproveitam essa proximidade para passar o dia em Colônia, almoçar nos seus restaurantes típicos como esse que tem mesas armadas dentro de carros antigos e até aproveitar as suas praias de rio no verão. 


Apesar de um dia ser suficiente para conhecer o pequeno centro histórico, o melhor é realmente ficar e aproveitar a atmosfera romântica das inúmeras pousadas. Iluminado por tochas, à noite o lugar ganha outra roupagem, perfeita para tomar um belo vinho e admirar a paisagem em uma caminhada pelo pier.
A visita guiada ao centro histórico é uma verdadeira aula. São pouquíssimas ruas, mas lá estão alguns museus e galerias que você não pode deixar de conhecer. Peça informações no centro de turismo ao lado do Portão de Campo, antiga muralha e ponte levadiça recuperadas em 1971. O tour guiado é realizado todos os dias.
Com mais dias para desfrutar na cidade, o ideal é seguir para as fazendas de turismo rural e curtir a infinidade de opções que oferecem. A 30 km de Colônia fica o Anchorena, um parque e residência de descanso de presidentes.

Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelo chalegre.nida@gmail.com que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), arte, gastronomia,  vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

É um bar???... não, é um CAFÉ NOTÁVEL.

O CAFÉ é uma instituição típica de Buenos Aires. Um café é chamado de notável quando sua
história se mistura diretamente com seu bairro, como a esquina Homero Manzi em Boedo, ou o Tortoni na Av de Mayo.

Assim é o “EL FEDERAL”, com sua história metida na do bairro de San Telmo e que acaba de festejar os 150 anos de existência de seu edifício.

Um CAFÉ é definido também pelo tempo que se passa neles. Lá se vai perder tempo com dignidade! Há pessoas comendo sozinhas, lendo um jornal, um livro ou com seu computador; há as conversas intermináveis com amigos, debate de ideias, se escuta idiomas estrangeiros; há papéis compartilhados sobre a mesa há tempo e paz.

BAR é coisa de microcentro, comida rápida, pessoas apressadas, nervoso.
Hoje, estamos perdendo muito com as pessoas que ficam com seu telefone celular comunicando-se e compartilhando arquivos com outras pessoas distantes e o café ajuda a olhar nos olhos um do outro. Esses CAFÉS, como detidos no tempo, nos convocam a desfrutar de outros tempos. Observar esses espaços gera uma explosão de lembranças carregadas de melancolia...


EL FEDERAL é um dos bares mais antigos de Buenos Aires. Seu prédio foi construído em 1864. Foi um mercado quando as ruas Carlos Calvo e Perú eram de terra, se atavam os cavalos na entrada, se apostava nas cartas, se jogava dardos e havia “briga de galos”.
Quando chegou a febre amarela e com a vinda dos imigrantes, sua mercadoria se misturou com comida europeia e guitarras espanholas. Foi comércio de “ultramarinos”, quando se vendiam comida a quilo e ramos gerais.
Foi também cenário de crimes passionais, encontros íntimos e negócios duvidosos. Até um
prostíbulo lá funcionou no primeiro andar. Dizem que há inclusive um fantasma de uma bela mulher que perambula por lá.

Tem sido uma locação ideal para películas e já foi cenário de alguns filmes como “Cafetin de Buenos Aires”; “El tango cuenta su História”; “Custodio de Señoras” e “Desde el Abismo”.
Com o tempo, de armazém passou a bar e de bar a CAFÉ, convertendo-se em um dos 80 cafés notáveis de Buenos Aires.

Os que gostam de escrever vem e passam horas. Há velhos clientes que vem sempre “bater um papo” e a maioria vem pelo vermute da casa. O escabeche e “as picadas” (sortidos) são os clássicos da casa” – descreve Jorge, o garçon da tarde.
El Federal na esquina de Carlos Calvo com Perú com seu charme, enfeitando a noite do bairro de San Telmo

Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelo chalegre.nida@gmail.com que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), arte, gastronomia,  vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.