O CAFÉ é
uma instituição típica de Buenos Aires. Um café é chamado de notável quando sua
história se mistura diretamente com seu bairro, como a esquina Homero Manzi em Boedo, ou o Tortoni na Av de Mayo.
história se mistura diretamente com seu bairro, como a esquina Homero Manzi em Boedo, ou o Tortoni na Av de Mayo.
Assim é o “EL
FEDERAL”, com sua história metida na do bairro de San Telmo e que acaba de
festejar os 150 anos de existência de seu edifício.
Um CAFÉ é
definido também pelo tempo que se passa neles. Lá se vai perder tempo com
dignidade! Há pessoas comendo sozinhas, lendo um jornal, um livro ou com seu
computador; há as conversas intermináveis com amigos, debate de ideias, se escuta
idiomas estrangeiros; há papéis compartilhados sobre a mesa – há tempo e paz.
BAR é coisa
de microcentro, comida rápida, pessoas apressadas, nervoso.
Hoje,
estamos perdendo muito com as pessoas que ficam com seu telefone celular
comunicando-se e compartilhando arquivos com outras pessoas distantes e o café
ajuda a olhar nos olhos um do outro. Esses CAFÉS, como detidos no tempo, nos
convocam a desfrutar de outros tempos. Observar esses espaços gera uma explosão
de lembranças carregadas de melancolia...
EL FEDERAL
é um dos bares mais antigos de Buenos Aires. Seu prédio foi construído em 1864.
Foi um mercado quando as ruas Carlos Calvo e Perú eram de terra, se atavam os
cavalos na entrada, se apostava nas cartas, se jogava dardos e havia “briga de
galos”.
Quando
chegou a febre amarela e com a vinda dos imigrantes, sua mercadoria se misturou
com comida europeia e guitarras espanholas. Foi comércio de “ultramarinos”,
quando se vendiam comida a quilo e ramos gerais.
Foi também
cenário de crimes passionais, encontros íntimos e negócios duvidosos. Até um
prostíbulo lá funcionou no primeiro andar. Dizem que há inclusive um fantasma
de uma bela mulher que perambula por lá.
Tem sido uma
locação ideal para películas e já foi cenário de alguns filmes como “Cafetin de
Buenos Aires”; “El tango cuenta su História”; “Custodio de Señoras” e “Desde el
Abismo”.
Com o tempo,
de armazém passou a bar e de bar a CAFÉ, convertendo-se em um dos 80 cafés
notáveis de Buenos Aires.
“Os que
gostam de escrever vem e passam horas. Há velhos clientes que vem sempre “bater
um papo” e a maioria vem pelo vermute da casa. O escabeche e “as picadas”
(sortidos) são os clássicos da casa” – descreve Jorge, o garçon da tarde.
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