O Cabaré de antes e hoje (abaixo à direita), na sua reinauguração
Estive na
reabertura do antigo CABARÉ MARABÚ.
Fechado em 1965, há quase meio século, Marabú nasceu em um subsolo da “calle Maipú”
em pleno centro da cidade de Buenos Aires, no mesmo ano em que foi inaugurado
o Obelisco, 1935. A iniciativa de criar o Cabaré foi de um espanhol, Jorge
Sales que soube captar a sensualidade e o mistério de uma cidade marcada pela
solidão, pelos imigrantes e pelo tango. Até o nome tinha um significado
erótico, pois é o nome de uma ave africana cujas plumas eram muito usadas nos
adornos das vedetes. Os cabarés dos anos 30 tinham enormes pistas de baile e
palcos para as orquestras que eram compostas de muitos integrantes. Marabú ocupava 1000 m2 decorados no estilo
art déco e os famosos pisos em branco e preto que foram inteligentemente
preservados nessa restauração (foto). Lá, nos anos de ouro, debutaram orquestras
como a orquestra de Aníbal Troilo com Piazzolla, Carlos Di Sarli e Angel
D`Agostino, para os conhecedores de tango. Noites de glamour e glória.
UMA HISTÓRIA DE AMOR – contam que lá por 1937, chegou um
dia de Córdoba, uma cidade do interior, uma belíssima moça para trabalhar de
copeira no Cabaré . Dela se enamorou outro funcionário e passaram a viver uma
linda história de amor que inspirava a todos que frequentavam o lugar. Viveram esse amor durante algum tempo até que
numa noite o Cabaré parou para assistir uma cena: um cliente esbofeteava a moça
e quando o agarraram este mostrou um documento de que era casado com ela e a
levou embora.
O apaixonado
funcionário se consumiu em dor e saudade até que passados dois anos, resolveu
ir procurá-la em Córdoba. Encontrou-a atrás de um balcão, desdentada, desleixada,
com pouco cabelo, abandonada à sua sorte. Não reconhecendo nela a mulher que
amou, volta. A história se espalhou pelo Cabaré e inspirou a “Contursi” que
buscava letra para um tango. Surge então, em 1940, o famoso tango “Como Dos
Extraños” que conta a história desse reencontro. Lindo. Ouçam no youtube na voz
de Juan Carlos Casas, quem o gravou a primeira vez.
http://youtu.be/Y4p9QxJdpRk
Confiram a
letra:
Me acobardó la soledad
y el miedo enorme de morir lejos de ti...
¡Qué ganas tuve de llorar
sintiendo junto a mí
la burla de la realidad!
Y el corazón me suplicó
que te buscara y que le diera tu querer...
Me lo pedía el corazón
y entonces te busqué
creyéndote mi salvación...
Y ahora que estoy frente a ti
parecemos, ya ves, dos extraños...
Lección que por fin aprendí:
¡cómo cambian las cosas los años!
Angustia de saber muertas ya
la ilusión y la fe...
Perdón si me ves lagrimear...
¡Los recuerdos me han hecho mal!
Palideció la luz del sol
al escucharte fríamente conversar...
Fue tan distinto nuestro amor
y duele comprobar
que todo, todo terminó.
¡Qué gran error volverte a ver
para llevarme destrozado el corazón!
Son mil fantasmas, al volver
burlándose de mí,
las horas de ese muerto ayer...
y el miedo enorme de morir lejos de ti...
¡Qué ganas tuve de llorar
sintiendo junto a mí
la burla de la realidad!
Y el corazón me suplicó
que te buscara y que le diera tu querer...
Me lo pedía el corazón
y entonces te busqué
creyéndote mi salvación...
Y ahora que estoy frente a ti
parecemos, ya ves, dos extraños...
Lección que por fin aprendí:
¡cómo cambian las cosas los años!
Angustia de saber muertas ya
la ilusión y la fe...
Perdón si me ves lagrimear...
¡Los recuerdos me han hecho mal!
Palideció la luz del sol
al escucharte fríamente conversar...
Fue tan distinto nuestro amor
y duele comprobar
que todo, todo terminó.
¡Qué gran error volverte a ver
para llevarme destrozado el corazón!
Son mil fantasmas, al volver
burlándose de mí,
las horas de ese muerto ayer...
Hoje, o
espaço está de novo aberto, esperando inspirar novas histórias de amor e noites
de muito glamour. Dirão que os tempos são outros, mas o amor será sempre o
mesmo, vivido e cantado, através dos séculos.
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