quarta-feira, 5 de março de 2014

"LA CASA DE LA PALMERA" - MITOS E MISTÉRIOS DE BUENOS AIRES - por Nida Chalegre


Há uma quadra do Congresso, na rua Riobamba 144, em pleno centro de Buenos Aires, há uma casa que resiste espremida entre dois prédios altos. Ela quase desparece na paisagem,
ainda mais que fica semi-escondida por uma enorme palmeira. Por isso todos a chamam de "la casa de la palmera". Essa casa guarda uma história um tanto macabra. Tem nove habitações e um subsolo e foi propriedade de Catalina Espinosa de Galcerán, viúva de um célebre médico que morreu contaminado tratando os doentes durante a epidemia de febre amarela de 1871. A viúva comprou a casa pois lhe agradou o estilo "petit hotel francês".

A história familiar que ali se desenvolveu dizem ter inspirado  Julio Cortázar em seu livro "Casa Tomada".

Catalina vinha já de uma família rica e seu marido lhe deixou em boa situação, assim que se instalou na casa com seus 5 filhos homens e uma filha, Elisa. Os filhos homens embora não precisassem trabalhar, eram profissionais,  um médico, um engenheiro, um advogado, um notário e um arquiteto, atletas, notívagos e mulherengos. 

Elisa era muito religiosa, ao ponto de ir à missa todos os dias. Além disso era uma pessoa aplicada, muito estudiosa e trabalhadora, sendo que, por volta de 1909 já trabalhava de estenógrafa no Congresso, perto de casa.


Depois da morte da mãe, Elisa fechou seu quarto na casa mantendo-o intacto. Tendo que administrar a casa, os conflitos com os irmãos "mundanos" eram inevitáveis. Assim que começaram a morrer misteriosamente, um a um, e a cada morte Elisa fechava seu quarto. Após a morte de seu último irmão, Elisa mudou-se para o porão da casa, o cômodo que sobrou e aonde a encontraram morta ao entraram na casa quando sentiram sua falta na missa. 


Haviam passado quarenta anos das mortes e ela vivia sozinha, com a sua rotina. O restante da casa estava abandonado, entregue a teias de aranha e ratos. Nunca conseguiram encontrar provas de sua participação nas mortes, embora existam suspeitas até hoje.Dizem que homens com vida "mundana" sentem um mal estar estomacal ao visitarem o local.

Elisa morreu em 1992 e a casa ficou abandonada até 1997, quando lá abriu uma escola primária, paradoxalmente chamada de "Portas Abertas". Esta escola funcionou alguns anos até que, em 2008, se instalou lá o Instituto do Pensamento Socialista.

Que terrível segredo guardam as paredes dessa casa?








Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelo  chalegre.nida@gmail.com  que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), arte, gastronomia,  vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.

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