segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O RENASCIMENTO DA CONFEITARIA LONDON - por Nida Chalegre


Os bares e a cultura do bar fazem parte da identidade portenha. O portenho é capaz de passar "horas e horas" em um bar tomando um café, lendo seu jornal ou até "escrevendo um livro".

Inaugurada em 1954, a Confeitaria LONDON CITY sempre foi frequentada por numerosos artistas e homens da política. Convém dizer que a sua localização, na esquina da Av. de Mayo, com Peru (sequência da Florida) e há 4 quadras da Casa Rosada, é estratégica, em pleno coração de Buenos Aires
O bar recebeu o nome de London City em homenagem a duas lojas inglesas que antes se encontravam lá perto: "A la ciudad de Londres" e "Gath & Chaves".

Para alguns, a visita à Confitería London City assemelha-se a uma peregrinação. Era para lá que, durante os anos 70, JULIO CORTÁZAR ia todos os dias, 
entre cafés e inúmeras tragadas em seus cigarillosescrever o seu primeiro romance: Los premios, que se tornaria um monumento da literatura argentina.


Pode-se encontrar lá uma caderneta, uma caneta e uma placa de metal avisando que
Cortázar frequentava o local. 

Suas portas foram fechadas há um ano, mas o espírito do café London City conseguiu resistir, ao contrário do que aconteceu com outros chamados 'bares notáveis' (históricos) da cidade. 

Nesse mês de agosto, exatamente um ano depois, o café London abriu novamente suas portas depois 
de uma remodelação que buscou recuperar a estética dos primeiros tempos, a mesma que seduziu o escritor  Julio Cortázar ou que era a tentação do ex-presidente Arturo Illia durante seus passeios pela “Gran Vía” portenha (a Avenida de Mayo).


A REFORMA 

À medida que levantavam as camadas foram aparecendo rastros do edifício original e então puderam fazer réplicas e adaptações nas molduras, nas colunas espelhadas e em alguns revestimentos. E também da marquise original, cujo último registro fotográfico é de 1969 e não se sabe em que ano foi retirada.

Com a ideia era de devolver ao portenho a essência do lugar incorporaram um balcão de café rápido. Contam que no início era assim, mas não acharam registro fotográfico. 

O balcão foi construído na vitrine que dá para a rua Peru, para mostrar essa história do cafezinho rápido do portenho. Também tem café para levar e um setor de confeitaria onde as pessoas podem comer um sanduíche ou comprar um lindo bolo, além da comida tradicional do restaurante.




OS BARES NOTÁVEIS
Na cidade de Buenos Aires existem 73 bares notáveis. Denominados assim por sua importância histórica. Nos últimos 6 anos, 9 deles fecharam suas portas. Outros, mudaram de função.

Por exemplo, a La Richmond, em plena rua Florida, não teve a mesma sorte da London. Seu lugar agora é ocupado por uma loja de roupa esportiva. O antigo café é apenas lembrado ao fundo com algumas poucas mesas e um nostálgico clima que não faz juz ao que foi um dia. 
Mas esse já é um assunto para outro dia.

Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelo chalegre.nida@gmail.com que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), arte, gastronomia,  vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.

Um comentário:

  1. ¡Excelente blog, Nida! Me alegra ver cómo Buenos Aires enamora y atrapa a quienes la visitan. Es un impulso para quienes intentamos que los/as habitantes de la ciudad la conozcan, valoren y respeten.
    ¡Muy interesante, para mí, como se ve Buenos Aires desde otro punto de vista!

    Lucas, compañero de viaje en tranvía. ¡Saludos!

    PD: Te dejo el link de un blog de historia que escribimos con amigos/as. http://ponemarchaatras.blogspot.com.ar

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