JÁ É NATAL EM BUENOS AIRES - por Nida Chalegre

Hoje, dia 23 de dezembro é aqui em Buenos Aires o DIA DOS SHOPPINGS. Muito apropriado para as compras de Natal. Os shoppings ficam abertos toda a noite com incríveis promoções. De repente soa pelo auto-falante uma promoção na loja tal que durará somente 15 minutos, ou até terminar o estoque, e todos correm para lá. Uma loucura, pode até ser divertido mas, o espírito do Natal deveria ser outro.

Dia 24 é véspera de Natal. O que me encanta nessa data é a sua universalidade.

Ocorre nas casas no mundo inteiro. Não poderia deixar de desejar um Feliz Natal aos leitores do blog e faço isso com a deslumbrante árvore que as Galerias pacífico implantaram no seu pátio central.

São 7000 estrelas de cristais Swarovski cor aurora boreal que, graças à uma iluminação especial, vão variando de cor. Um espetáculo deslumbrante!!! 

Que o espírito do Natal reluza nos corações dos povos.

Mas os costumes se modificam em cada país. Aqui em Buenos Aires é costume se escrever desejos em papéis, presos em balões, que soltos voam para os céus em direção às estrelas esperando que sejam lidos e realizados pela força mágica do espírito de Natal. Eu já estou com o meu papelzinho pronto....

A ORIGEM DA ÁRVORE DE NATAL - Enfeitar árvores é um ritual antiquíssimo, presente em praticamente todas as culturas e religiões pagãs, para celebrar a fertilidade da natureza. Os primeiros registros de sua adoção pelo cristianismo vêm do norte da Europa (terra dos pinheiros, a árvore de Natal clássica), no começo do século XVI - mas tudo indica que, a essa altura, já era uma tradição medieval. No antigo calendário cristão, o dia 24 de dezembro era dedicado a Adão e Eva, cuja história costumava ser reencenada nas igrejas. "O paraíso era representado plasticamente por uma árvore carregada de frutos, colocada no meio da cena teatral", afirma o teólogo Fernando Altermeyer, da PUC-SP.

A foto no alto é da pintura de Franz Streussenberger
(1806 – 1879). Representa a primeira Árvore de Natal na
cidade austríaca de Ried, concebida e ornada, em 1840, no lar da família Rapolter.

As pessoas, então, passaram a montar essas alegorias em suas casas, com árvores cada vez mais decoradas: de velas (simbolizando a luz de Cristo), estrelas (alusão à estrela de Belém) e rosas (em homenagem à Virgem Maria) até hóstias (pedindo perdão pelos pecados). Nos séculos XVII e XVIII, o hábito se tornou tão popular entre os povos germânicos que eles mesmos o creditaram a seu maior líder religioso, Martinho Lutero (1483-1546), fundador do protestantismo. A árvore de Natal só se difundiu pelo resto do planeta a partir de 1841, quando o príncipe Albert (1819-1861) - esposo alemão da rainha Vitória - montou uma delas no palácio real britânico. Na época, o império vitoriano dominava mais de meio mundo e o costume logo se tornou universal.

Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelonida@nidachalegre.com.br que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), arte, gastronomia,  vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.

O TANGO PERDE NELLY OMAR AOS 102 ANOS DE IDADE - por Nida Chalegre

Pensei que ela era uma daquelas pessoas que são eternas, mas um dia, seu dia chegou, deixando a todos surpresos e amargados, pois a queríamos cantando para sempre. Faleceu aqui em Buenos Aires, nesse 19 de novembro, aos 102 anos de idade a grande cantora de tango NELLY OMAR. Sua lucidez me encantava pois continuava ativa cantando e encantando com uma voz que não apresentava o desgaste da idade. Ouvi entrevistas dela pela rádio e era admirável sua memória. Com sua morte se vai a última sobrevivente de uma estirpe dourada de cantores como Tita Merello, Azucena Maizani, Libertad Lamarque e Ada Falcón.

Alguns tangos que ouvimos e bailamos hoje são relacionados a ela. Por exemplo, o tango "Malena" foi-lhe dedicado sentimentalmente por Homero Manzi, e também Omar disse que «Sur» y «Solamente ella» também lhe fazem referência.

Omar também conheceu Evita em 1940 quando esta ainda era atriz de radioteatro e mantiveram uma cálida amizade, recebendo depois uma grande apoio desta em sua carreira artística, ao contrário de Libertad Lamerque que, tendo se desentendido com Evita em seus tempos de atriz, inclusive lhe dando uma histórica bofetada, foi impedida de trabalhar durante o período de Perón e teve que se refugiar no México. Mas isso é outra história.
Depois do período de Perón, Omar foi perseguida, ficou sem trabalho, e também teve que refugiar-se em outros países. Mas, depois que o turbilhão político passou, voltou à Argentina para continuar sua longa trajetória.

Apesar dos problemas de saúde naturais para a idade, a "Gardel com polleras" festejou seus 100 anos em novembro de 2011 com um grande recital no Luna Park e se converteu na única pessoa de sua idade no mundo a apresentar-se em um recital por mais de uma hora !!!  Foram inúmeros os prêmios que arrecadou ao longo de sua trajetória. Que seu vigor e persistência sirva de exemplo a muita gente. 

"Me gustaría volver a enamorarme. Lo más lindo que hay es enamorarse. No importa que piensen: "Está loca". Quisiera estar con alguien que tenga el suficiente amor como para ir compartiendo si voy cayendo. Yo no creo que eso sea pedir mucho, ¿no?... No tengo familia ya, sólo amigos, pero la música me da buenos pensamientos, me libera de la angustia. Si canto, ahí sí soy feliz. "

Nelly Omar

A INCRÍVEL HISTÓRIA DO HOTEL BOULEVARD ATLÂNTICO DE MAR DEL SUR - por Nida Chalegre

Buenos Aires tem praia sim.... é só viajar para a costa alguns quilômetros. Aliás, a maioria dos portenhos foge para o litoral nas férias de verão. Acreditem, muitos comércios fecham suas portas para aproveitar as férias nas praias.

Mas em uma dessas praias surpreende, em meio do nada, no século passado, a construção de um luxuoso hotel - o Hotel Boulevard Atlântico.

Na década de 1880 se pensou em fazer um balneário nas atuais praias de Mar del Sur, que técnicos alemães haviam declarado como “las mejores” de toda a  costa atlântica, pertencente a Argentina. Em 1889 o Banco Construtor de La Plata, comprou as terras e assim nasceu o povoado “Boulevard Atlántico”, vizinho a Mar del Sur, que logo tomaría seu nome.

Mas vão me perguntar... aonde fica esse balneário? Por incrível que pareça é hoje um

lugar bucólico, há 17 km de Miramar e há 65 km de Mar del Plata, mas surpreende ao se encontrar lá uma construção que testemunha uma época áurea. Um hotel luxuoso, construído em estilo neoclássico e há uns 20 anos abandonado, em ruínas. Em 1988 o Hotel Boulevard Atlántico foi declarado Monumento Histórico Municipal.

O “Hotel Boulevard Atlántico” foi uma ousadia naquela época, na Costa Atlántica. O edifício surgiu do nada, imponente por seu estilo neoclásico europeo, por sua magnífica dignidade que lhe dá

suas harmoniosas proporções e por seu tamanho. Foi um dos primeiros da Argentina, e suas paredes são testemunhas de milhares de histórias interessantes e hóspedes ilustres, artistas, políticos e músicos famosos passaram por lá.

Hoje, se pode visitá-lo, por assim dizer, as suas ruínas. Na realidade é uma visita melacólica, acompanhada por seu dono que lá mora entre escombros e memórias. A esperança de todos seria vê-lo restaurado um dia em sua plenitude. Teve sua "belle époque", volterá a tê-la?

?

LA GRAN MILONGA NACIONAL - quando o tango invade a rua - por Nida Chalegre

 LA GRAN MILONGA NACIONAL ocorre todos os anos em comemoração ao dia 11 de dezembro que é o dia Nacional do Tango, escolhida por ser a data do nascimento de Carlos Gardel  e Julio de Caro.  São 3 palcos distribuídos ao longo do trecho da Av. de Mayo que vai da 9 de Julio até a Casa Rosada. Há shows, orquestras, cantores, platéia e espaço para os amantes do tango gastarem seus sapatos, riscando o chão com suas coreografias tanto nos palcos como na própria rua. Digo gastarem os sapatos porque não é nada fácil dançar no asfalto, ele não desliza (por isso pode-se bailar também nos palcos).

Nesse sábado, uma quente noite de final de primavera portenha, com temperatura de verão e lua crescente, a Av. de Mayo foi testemunha da paixão que o tango inspira em tantas

pessoas. Os carros e a pressa deram lugar ao prazer mágico dessa música que é hoje Patrimônio Imaterial da Humanidade e que atrái para Buenos Aires milhares de estrangeiros que se quedam aqui por 1, 2 ou 3 meses por ano para desfrutar de aulas e milongas, voltam aos seus países e retornam quando podem para se quedarem mais um tempo similar. Muitos fazem disso uma rotina de vida e outros, capitaneados de vez, dão um jeito de ficarem para sempre.

A MÁGICA DO ABRAÇO TANGUEIRO - Dizem que a duração média de um abraço entre 2 pessoas é de 3 segundos. Quando um abraço dura 20 segundos, há um efeito terapêutico sobre o corpo e a mente. É que esse abraço produz um hormônio chamado "oxitocina",

também conhecido como o hormônio do amor. Essa substância é muito benéfica para a saúde física e mental, ajuda a relaxar, passa segurança e acalma medos e ansiedades. Imaginem então o abraço do tango que dura uns 3 minutos (cada tango)....e em uma "milonga" se baila uns 20 tangos... uma hora abraçados e ainda embalados pela música !!! 

Isso é uma sobredose de felicidade e fico pensando, quanto feliz foi para casa cada pessoa dessa  multidão que pode bailar abraçado, até a uma da manhã, na Av de Mayo, á luz do luar ......

Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelonida@nidachalegre.com.br que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), gastronomia, vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.

QUANDO A CIDADE SE COLORE DE VIOLETA - por Nida Chalegre

É justamente no mês de novembro, no auge da primavera que os 10.975 jacarandás da cidade florescem pelos parques, ruas e avenidas pintando a cidade de uma linda cor violeta.

A cidade vista de cima

Deixando o cinza inverno para trás a nova estação enche de cor os olhos e o coração dos portenhos. Tudo se torna mais alegre e festejado. E se festeja a renovação. A renovação da cor, da esperança de uma nova estação. Difícil manter-se indiferente perante tanta beleza. 
A existência dessas árvores na ornamentação da cidade se deve aos trabalhos do urbanista e paisagista francês CARLOS THAYS  que, nos começos do séc. XX, introduziu na zona metropolitana essa espécie originária da selva tucumana-oranense. Por sorte a espécie aclimatou-se tão bem que floresce todo ano agradecendo seu novo lar.

Essa é a época mais bonita do jacarandá pois, ao florescer, toda a copa se enche de flores. Em fevereiro há uma segunda floração, mas não tão bonita , porque a árvore nessa época está cheia de folhas. Assim, quem tem a sorte de vir a Buenos Aires nessa  época, além de todas as atrações da cidade, pode apreciar mais esse espetáculo da natureza.

Em grupos, isoladas ou formando um tapete lilás..........................                 As imagens falam por si.

Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelonida@nidachalegre.com.br que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), arte, gastronomia,  vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.

A NOITE DAS LIVRARIAS E A LIVRARIA EL ATENEO - a segunda mais linda do mundo - por Nida Chalegre

Ontem, sábado, dia 29 de novembro, foi aqui em Buenos Aires a NOITE DAS LIVRARIAS. Uma noite totalmente dedicada aos livros. Nesse dia, todos os anos,  a Corrientes fica cheia de gente para celebrar este lindo amigo e objeto de cultura que é o livro. A maioria das atividades acontece entre Callao e Talcahuano, mas há também atividades nas livrarias de bairros. A programação é extensa. As livrarias programam cenas de teatralização de livros, leituras de obras ao vivo, se pode encontrar os escritores recomendando livros, shows de música, enfim, uma festa por todos os lugares, estimulando a cultura e a leitura. A Argentina é um país com baixo índice de analfabetismo. Este fator mais o volume de publicações em língua espanhola fazem de Buenos Aires o paraíso dos amantes dos livros. A cidade tem mais de mil livrarias, muitas delas localizadas na Avenida Corrientes e dizem que é no mundo a cidade com mais livrarias "per capita" e falam até em a "cidade dos livros". Ali as lojas vendem livros novos e usados, filmes e discos, CDs e muitas delas ficam abertas até a meia-noite. A LIVRARIA EL ATENEO - mas há aqui a segunda livraria mais linda do mundo:  El Ateneo Grand Splendid foi escolhida pelo jornal britânico The Guardian como a segunda livraria mais linda do mundo (a primeira é a livraria a Selexyz Dominicanen Boekhandel na cidade holandesa de Maastricht). A El Ateneo fica na Santa Fé, quase esquina Callao e é muito visitada pelos turistas. Foi instalada em 2000 em um teatro de 1919 restaurado. A restauração manteve o esplendor do teatro, com a cúpula pintada, as varandas originais, ornamentação intacta e até as cortinas de veludo. Nos antigos camarotes as pessoas podem sentar em confortáveis poltronas e ler qualquer livro sem obrigação de compra.  O antigo palco aonde Gardel gravava seus discos agora é o café da livraria com música ao vivo no final da tarde ( um violino, um pianista...) Dizem que vende mais de 700.000 livros por ano e é visitada por umas 3.000 pessoas por dia. pesquisando livros na Ateneu CURIOSIDADES SOBRE O TEATRO - O teatro foi construído em 1919 por Max Glucksman. Tinha uma platéia para 500 pessoas. Pelo  teatro desfilaram grandes personalidades do tango, Carlos Gardel e Ignacio Corsini e Roberto Firpo (ele dedicou o tango Gran Splendid, em 1927).   A CÚPULA - O interior da cúpula foi pintado por Nazareno Orlandi. É uma representação alegórica da Paz, pintado em 1919 como uma comemoração ao final da Primeira Guerra Mundial. A paz é representada por uma figura feminina sensual, pintada em uma escadaria cercada por flores. Além de guirnaldas de flores, nuvens, pombas, anjos e ninfas, rodeiam a figura da Paz. Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelonida@nidachalegre.com.br que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), arte, gastronomia,  vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.

UM PASSEIO PELO BAIRRO DE BELGRANO - Museu ENRIQUE LARRETA E A Milonga das BARRANCAS DE BELGRANO - por Nida Chalegre

O bairro de Belgrano em Buenos Aires esconde muitas surpresas. Além da sede da Embaixada da Malásia (País

aonde temos muitos leitores desse blog) e da Embaixada da Alemanha, uma em frente à outra, há um Museu que foi a casa de Enrique Larreta, escritor argentino (1875 - 1961), autor de La gloria de don Ramiro, obra altamente representativa do modernismo hispanoamericano. 

Sua casa, decorada em estilo renascentista espanhol, é atualmente o Museu de Arte Espanhola Enrique Larreta.

Lá se pode apreciar o mobiliário e as coleções de obras e objetos de arte que testemunham sua paixão pela Espanha desde que lá viveu também como Embaixador. A casa tem um

jardim de alcázar andaluz, único em seu estilo em Buenos Aires.

Escritório de Enrique Larreta

Sala de Jantar da casa

A EXPOSIÇÃO:

É nesse Museu que vi essa tarde uma exposição interessantíssima, para não dizer surpreendente. São 80 obras de Goya, interpretadas por Salvador Dali - "Les Caprices de Goya por Salvador Dali". A mostra se centra nas duas maiores figuras da arte da Espanha: Goya e Dali.

Goya

Salvador Dali

Goya publicou "Os Caprichos" em 1799 e Dali os reinterpretou quase dois séculos

depois, entre 1973 e 1977 com sua particular mirada surrealista do mundo.
Dali muito se inspirou em Goya: os relógios moles, as figuras ambíguas e os temas eróticos.
Goya foi um crítico da sociedade e hipocrisia da sua época. Dali, um irreverente e extravagante. Ambos eram geniais e romperam com regras e apostaram na fantasia. Até 8 de dezembro se pode desfrutar desse "Capricho Surrealista".

Mas para não se entrar no mundo real muito agressivamente, depois desse choque de

surrealismo, a dica é sair do Museu, andar umas 5 quadras e terminar o início da noite dançando uns tangos na "milonga da glorieta das barrancas de Belgrano", que acontece em alguns dias da semana, em um coreto na praça, à luz do luar, livre e gratuita, para quem se propõe a desfrutar da mágica do abraço tangueiro. 

Glorieta

Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelo nida@nidachalegre.com.br que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), gastronomia, vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.

UMA CIDADE A SER VISTA TAMBÉM OLHANDO PARA CIMA – AS CÚPULAS DE BUENOS AIRES – por Nida Chalegre

A maioria das pessoas passeia pelas cidades sem olhar para cima. Também aqui, com tantas magníficas construções e atrações, como as lindas portas de ferro em frente às quais deparamos deslumbrados (falarei delas em outra postagem), não nos damos conta que o mais lindo está perto dos céus. Isso mesmo, são mais de 400 cúpulas que enfeitam a terminação de prédios antigos e rasgam o céu de Buenos Aires, oferecendo um  espetáculo único e surpreendente.

As cúpulas foram sinônimo de uma época de opulência quando a arquitetura era uma forma renascentista de irmanar-se com Deus. A cúpula, imponente, com uma ponta direcionada aos céus, era um símbolo de “status” usado pelas primeiras famílias ricas que o país teve. A influência altamente européia da arquitetura dessas cúpulas, mais as necessidades da classe da burguesía local do século XIX de ser similar às classes altas européias, fez com que trouxessem para a América grandes mestres e artesãos da construção. 

Foi assim que as classes dominantes argentinas começaram a coroar seus grandes prédios com cúpulas, que no princípio eram pensadas como pombais, mas que depois passaram a ser ocupadas como quartos ou terem outros usos, porque multiplicavam o valor das propriedades.

Diferentes hotéis cujos donos eram imigrantes também adotaram a moda. 

Pode-se ver a maioria dessas cúpulas nos arredores do Congresso, ao longo da Avenida de Mayo, e ao longo de todo micro-centro da cidade.

Entre as que mais chamam a atenção dos transeuntes e visitantes, destaca-se a cúpula do

Congresso, enorme e imponente com sua cor verde esmeralda. Ao lado direito do Congresso, vemos a antiga "Confeitaria del Molino" que espera, em processo de visível deterioração, que seja restaurada e volte ao esplendor que merece.Cúpula do Edifício Barolo com seu farol.

E assim vai-se caminhando e descobrindo as cúpulas com estilos variados
aonde sobressaem o árabe, o espanhol e o russo. Ao cair da noite, algumas surgem iluminadas enfeitando os céus e criando um espetáculo romântico ao se imaginar a ocupação e a vista privilegiada da cidade que tão lindos espaços podem proporcionar. Dá até para imaginar uma “Rapunzel” jogando suas tranças... As cúpulas tem suportado o passar dos anos, tormentas, chuvas, e verões e do alto, têm sido testemunhas privilegiadas da história argentina. 

Quem quiser visitar Buenos Aires, fugindo do tradicional roteiro destinado aos “turistas” pode me enviar um e-mail pelo nida@nidachalegre.com.br que encaminho dicas relativas ao seu interesse.  Por exemplo: aulas de tango/milongas (o verdadeiro tango dançado pelos locais, diferente dos shows de turistas), gastronomia, vinhos e inclusive, flats lindos e baratos para estadia.